Um beijo de olhos abertos seguido de um abraço quase apertado. Os corações quase bateram juntos - as pessoas já haviam batido demais neles.
Agora um bate forte em si mesmo e apanha feio enquanto o outro observa de longe, indiferente. Este, só espera que o outro continue pulsando; aquele sonha em poder acordar do pesadelo de viver morto.
(8)... sonho, sexo, paixão...(8) e a Balada do amor Inabalável vai tocando cada vez mais baixinho pra quem sorria ao ver a cena.
Os atores interpretaram o ato final e a chuva molhou olhos demais sem perdão e, assim sendo, não houve aplauso final.
segunda-feira, 23 de junho de 2008
O Pulso.
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Um coração que bate forte em si mesmo, machuca-se nas paredes daquele antigo castelo em ruínas, imagino eu, ainda sólido...
ResponderExcluirTalvez seja preciso mais algumas vidas..
Balada do amor através das idades
"Eu te gosto, você me gosta
desde tempos imemoriais.
Eu era grego, você troiana,
troiana mas não Helena.
Saí do cavalo de pau
para matar meu irmão.
Matei, brigamos, morremos.
Virei soldado romano,
perseguidor de cristãos.
Na porta da catatumba
encontrei-te novamente.
Mas quando vi você nua
caída na areia do circo
e o leão que vinha vindo,
dei um pulo desesperado
e o leão comeu nós dois.
Depois fui pirata mouro,
flagelo da Tripolitânia.
Toquei fogo na fragata
onde você se escondia
da fúria do meu bergantim.
Mas quando ia te pegar
e te fazer minha escrava,
você fez o sinal da cruz
e rasgou o peito a punhal…
Me suicidei também.
Depois (tempos mais amenos)
fui cortesão de Versailles,
espirituoso e devasso.
Você cismou de ser freira…
Pulei muro de convento
mas complicações políticas
nos levaram à guilhotina.
Hoje sou moço moderno,
remo, pulo, danço, boxo,
tenho dinheiro no banco.
Você é uma loura notável,
boxa, dança, pula, rema.
Seu pai é que não faz gosto.
Mas depois de mil peripécias,
eu, herói da Paramount,
te abraço, beijo e casamos."
(Drummond)