domingo, 26 de abril de 2009

Caixa Preta

Ficarão os registros das atitudes do coração em segurança e invioláveis.
O urso azul que velou meu sono vespertino tomará conta da entrada e da saída: ninguém entra, nada sai.
Tomarão o lugar das novas asas que meus pés receberam. Asas de couro branco com detalhes negros na face. Asas confortáveis que evitam que eu sinta dores e a todo custo...elas me ajudam a me manter de pé; a nunca cair.
Se eu tivesse uma jaqueta de couro preto, uma Shovelhead ‘68 poderia encarnar de vez a figura do Bad Angel...
Mas anjos precisam de cofres?
Pobre urso...
Vai acabar entediado se ler as preciosidades que o Bad viveu. Mas é o seu dever...deve cumprir seu papel de testemunha e de parte da história.
Queda.
Incêndio.
Destruição.
A vida, quando acaba, cabe numa caixa de sapatos.
Vou sentir saudades daquele eu... Igual a saudade que tem o Bush do Fidel: exercício pra paciência.

[julho ou agosto de 2008.]

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