domingo, 1 de fevereiro de 2009

Reinventando

Estuprando a máquina de escrever, foi isso o que me vi fazendo ao olhar pro espelho no teto (se é que se pode chamar aquilo de teto... além do mais, eu não lembro se eu estava deitado no chão ou numa parede. [...] talvez o espelho fosse no chão ou na parede...).

Alguém já copulou com uma máquina novinha em folha, sem folgas e com as fitas bem lubrificadas e cheias de tinta?

É incrível arrolar os dedos em seus relevos e, com isso, provocar gemidos e estalidos que registram gametas no papel.

Quando ela está chegando ao período fértil as coisas mudam um pouco: crescem pregos pontiagudos em suas teclas, uma tal de TPM (TPM = tenho pregos pra machucar). Mas ao que parece, o prazer dela aumenta consideravelmente.

Ah, o prazer! [...]

Sentir o sangue tomando minha mão, respingando na cama e subornando todas as emoções... Eu sentia que escreveria cada vez mais, entretanto, muito sangue desnecessário foi jogado naqueles papéis obsoletos.

Não confio em maquinas onde muita gente mete a mão com um sorriso cínico, mesmo sem ter a mínima noção gramatical. Só uso a minha própria e exclusiva máquina.

Tenho trabalhado numa máquina nova. Estou apaixonado pela dureza das teclas e pela suavidade de seus ruídos. Ela tem um tom firme e poucas palavras, ainda, e quando não consigo mais reter meus impulsos, pego meu lápis e ejaculo mais um texto.

[este é só um dentre muitos que estão envelhecendo em barris desde a minha última postagem. não lembro quando fiz]

3 comentários:

  1. Bastante ousado..
    Admiro sua criatividade!

    Obs: Bom voltar a ler teus textos!
    ;)

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  2. Criatividade.. teu nome é Rilton
    Muito bom o texto , exalando sensualidade e ousadia

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  3. ejaculação parnasiana ? .-.' UEAUHEE... x) boa metáfora para caracterizar o tipo.

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Comentários