quarta-feira, 2 de julho de 2008

Vidro Quebrado no Castelo Caído

Cá estamos no 2º andar de um fábrica de palavras, pertinho da administração.
Eu, a moça com o jarro, o pescador... figurinhas inertes num móvel qualquer perto de uma janela ensolarada.
Pouca gente nos nota, mas preocupam-se com nossa poeira.
Há vinte anos eu fui feito com carinho; há alguns meses, alguém me comprou com palavras: uma pechincha. Hoje sou uma lembrança esquecida.
Um pássaro de vidro.
Trancaram-me na gaiola, ensolarada durante o dia, mas fria à noite, de pedras e palavras... um prédio rosa que deveria ser azul.
Esperavam que eu cantasse, mas sou vidro, transparente e insípido, não canto sozinho. Pra mim só resta o canto... o canto da ante-sala.
Penso em voar pela janela e curtir o sol... nem que eu me quebre em queda livre, como qualquer objeto que se lança pela janela.
Mas não. Já vendi sonhos... com 90% de desconto e a prazo. Ainda lembro como é, mas não durmo mais.
Mas esse é outro texto. Não sou pombo-correio.
No saguão, Legião tocou o dia inteiro e até os empresários pensaram um pouco na vida...
Mas era segunda-feira... não me notaram e seguiram suas vidas.

2 comentários:

  1. Muito bom, gostei das metáforas...

    Sabe rapaz, tá na hora de você montar o seu próprio negócio...
    Se precisar de um sócio... ^^

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  2. Rilton...
    Gosteii muito de seu texto, entendi as metáforas. Sei queé difícil, mas a vida continuaa se não for "azul" é outra cor... Mas, busque forças em Deus para continuar sua caminhadaa! Tô akii pra te ajudar!

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Comentários